21 de fevereiro de 2013

Como ensinar as crianças sobre os limites necessários



Limites são importantes e essenciais na vida de todos nós. Vivemos cercados deles em todas as circunstâncias e momentos. Sem limites é impossível viver em sociedade e se relacionar em grupos ou com outra pessoa. Os adultos são responsáveis por inserir limites e orientar as crianças em relação a eles. Sim, limites são ensinamentos e explicações dos “porquês”. É assim que aprendemos a conviver com as delimitações existentes na vida, ou seja, com a realidade.

Quando a criança entende o porquê de determinada ordem, maiores são as chances dela obedecer. Ordem por ordem não funciona. Se dizemos, “Não suba aí, você pode cair e se machucar”, estamos, mais do que dando uma ordem, ensinando de maneira didática e clara o porquê do limite.

Mostre à criança os benefícios do respeito ao limite ensinado. Além disso, reforce-a quando ela tiver uma atitude positiva e madura diante dos limites impostos; por exemplo, quando ela sai da televisão e senta-se à mesa para comer; quando ela escova os dentes antes de dormir ou olha para todos os lados antes de atravessar a rua. Estas são situações de limites que permitem a criança obedecerem às regras e criar disciplina.

Os limites não são colocados apenas pelo discurso, mas também, e principalmente, através da atitude que os adultos têm na vida. O adulto é um grande espelho para a criança; por isto, se você não quer que a criança grite, bata e fale palavrão, não faça isso. Estes são pequenas atitudes do adulto que a criança entenderá como adequadas. Além disso, é através deste comportamento que o adulto ensina a criança valores e regras sociais importantes para seu amadurecimento e para a sua convivência social.

Se o adulto for rígido demais na imposição dos limites, ele terá também uma criança dura e rígida. Crianças rígidas fazem birra quando você não compra o que ela viu na loja de brinquedo, a pipoca na porta da escola, enfim, não escutam e nem aceitam o “não”. Não adianta medir força e muito menos ser agressivo. O retorno será o mesmo: comunicação inacessível, desrespeito e falta de entendimento. Nada disso constrói algo positivo no relacionamento entre pais e filhos e na educação da criança que a ajude crescer. Aqui os limites são autoritários e impostos com certa dose de incoerência e inflexibilidade, e muitas vezes com agressividade verbal e ou física.

Por outro lado, se o limite não existir ou for fraco demais, a criança também não irá entender o que esperamos dela e nem terá parâmetros sobre sua conduta. Neste caso, não há condução, nem mesmo orientação. Aqui, muitas vezes, a regra passa a ser exceção.

As crianças precisam de um direcionamento, de um contorno. Precisam aprender a lidar com dificuldades e suportar frustrações. Precisam aprender a diferenciar entre necessidade e vontade, ou seja, quero assistir televisão, mas tenho que dormir porque amanhã vou acordar cedo para ir à escola. Precisam aprender a discernir entre o dever e a escolha, por exemplo, fazer as tarefas da escola todos os dias, não tem escolha. Precisam compreender os limites entre o poder e o querer, como não pode nadar porque está gripado e a água está gelada.

Para finalizar esta pequena reflexão, é importante dizer que, o bom ensinamento sobre limites é servido com afeto e boas explicações. São impostos com coerência. Mantenha pulso firme quando achar que é adequado e para o bem da criança, para sua proteção e desenvolvimento físico, psicológico e social.

Fonte: Ninguém cresce sozinho, por Verônica Esteves Carvalho